Iustitia (também referida como Justitia) é uma Deusa romana que representa a Justiça. Não é a equivalente a Têmis grega, mas sim a Diké e também a Astréia. Apresenta-se com os olhos vendados, segurando a balança com as duas mãos, os pratos alinhados e o fiel bem no meio, às vezes sentada e, em algumas representações, ela carrega uma tocha. Ela ficava de pé e declarava o direito (jus, significando o que a Deusa diz) quando o fiel estava completamente vertical, direito (rectum), ou seja, perfeitamente reto, de cima para baixo (de+rectum).
Os olhos vendados mostram que sua concepção do direito era mais um saber agir, um equilíbrio entre a abstração e o concreto. A chama representa a “verdade”, nunca deixada de lado quando se busca a justiça, enquanto a espada simboliza a “autoridade judicial”, a capacidade coercitiva de executar julgamentos. Os romanos pretendiam, assim, atingir a “prudentia“, ou seja, o equilíbrio entre o abstrato (o ideal) e o concreto (a prática).
Símbolos da Justiça
Balança:
Representam imparcialidade e a obrigação da lei de pesar as evidências. Cada lado deve ser analisado e comparações são feitas à medida que a justiça é feita.
Espada:
Este item simboliza a imposição e o respeito, e significa que a justiça mantém sua decisão e decisão e é capaz de agir. O fato de a espada ser desembainhada e muito visível é um sinal de que a justiça é transparente e não é um instrumento do medo. Uma lâmina de dois gumes significa que a justiça pode decidir contra qualquer uma das partes depois que as evidências forem analisadas, e é obrigada a aplicar a decisão, bem como proteger ou defender a parte inocente.
Venda:
Representa a imparcialidade e objetividade da lei e não permite que fatores externos, como política, riqueza ou fama, influenciem suas decisões.
Justiça Grega versus Romana
As representações grega e romana diferiam ainda na atitude em relação à espada. Enquanto Diké empunhava uma espada, representando a imposição da justiça pela força (iudicare), Iustitia preferia o jus-dicere, atitude em que a balança era empunhada pelas duas mãos, sem a espada; ou com ela em posição de descanso, podendo, quando necessário, ser utilizada.
Mitologia
O poeta romano Ovídio conta que Saturno-Cronos, o Deus do tempo reinou na época em que a terra ainda podia conviver com os deuses e os lugares humanos estavam cheios de divindades. Os crimes do homem ainda não haviam tomado conta de tudo, porém, durante a Idade do Ferro da Humanidade (por folta de 1200 aeC.) a honra e amor estavam mortos vencidos e a terra era tomada por violência e matança, e, por causa disso a Justitia, virgem divina da Justiça, a última dos imortais fugiu para se abrigar nos céus.
Culto
Acredita-se que Iustitia foi introduzida à Roma pelo imperador Augusto em 27 aeC. e, portanto, não era uma divindade muito antiga no panteão romano.
A justiça foi uma das virtudes comemoradas pelo imperador Augusto em seu “clipeus virtutis”, e um templo de Iustitia foi estabelecido em Roma em 8 de janeiro de 13 aeC. pelo imperador Tibério. Por isso, neste dia comemóra-se o dia da Deusa Iustitia e é usual acender um incenso de lavanda para ter a justiça sempre a seu favor.
Iustitia tornou-se um símbolo da virtude da justiça com a qual todo imperador desejava associar seu regime; o imperador Vespasiano cunhou moedas com a imagem da Deusa sentada em um trono chamado “Iustitia Augusta”, e muitos imperadores depois dele usaram a imagem da deusa para se proclamarem protetores da justiça.
Embora formalmente chamada de Deusa com seu próprio templo e santuário de culto em Roma, parece que desde o início ela era vista mais como uma personificação simbólica artística do que como uma divindade real com significado religioso.
Fonte: dezmilnomes
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